O setor elétrico brasileiro registrou alguns avanços no ano de 2024. Entre os principais progressos, estão a publicação do decreto pelo Ministério de Minas e Energia com as diretrizes para a renovação das concessões de distribuição de energia, a realização de dois leilões de transmissão de energia, com a negociação de todos os lotes ofertados, e a aprovação de textos importantes no Congresso, como o marco do hidrogênio renovável, o projeto do combustível do futuro e o mercado de carbono regulado.

Por outro lado, alguns pontos esperados pelo mercado acabaram não ocorrendo, entre eles o leilão de reserva de capacidade e o projeto de lei de abertura do mercado e redução de subsídios. A avaliação foi feita pelo CEO da PSR, Luiz Augusto Barroso, durante o evento MinutoMega Talks, promovido pela MegaWhat e que reuniu executivos de empresas relevantes do mercado de energia elétrica brasileiro, em novembro, em São Paulo.

“Um item bom no ano foi a publicação do decreto da renovação das concessões das distribuidoras. Era um decreto muito esperado, fruto de muitas discussões. E acho que o conteúdo do decreto saiu de uma forma bem a contento. Houve várias outras coisas ao longo do ano também. Mas se eu tivesse que destacar dois itens, seriam a não realização do leilão de reserva de capacidade e a publicação do decreto da renovação das concessões”, afirmou Barroso, em entrevista à jornalista Camila Maia, no evento.

O que podemos esperar para 2025?

Entre os destaques para 2025, estão os leilões de reserva de capacidade, de sistemas de armazenamento e de sistemas isolados, anunciados pelo governo e que devem ocupar boa parte da agenda regulatória da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e do Ministério de Minas e Energia. Além disso, os desdobramentos do processo da renovação das concessões de distribuição, incluindo o novo contrato, também seguem no radar do setor, segundo Barroso.

Há também a expectativa para a implementação de medidas que incentivem a modernização do setor, promovendo maior competitividade e sustentabilidade. Com um mercado cada vez mais pressionado por desafios ambientais e econômicos, o foco em inovação será determinante para garantir que o setor continue sendo um pilar estratégico para o desenvolvimento do país. Segundo Barroso, o caminho para um mercado mais sustentável passa por tornar mais racional a aplicação de subsídios nas tarifas de energia.

“A gente precisa de algum tipo de modernização para que tenhamos uma entrada sustentável dos recursos. Caso contrário, nós vamos, como setor, quebrar em algum momento, possivelmente não muito distante de onde estamos hoje”, declarou o CEO da PSR.

A definição de um cronograma mais detalhado para a abertura do mercado também é vista como essencial para o setor. Além de auxiliar empresas no planejamento e no desenvolvimento de produtos financeiros, a medida ampliaria a competitividade no mercado. Para o executivo, o fato seria, portanto, um passo estratégico dentro da agenda de transformação de uma indústria em plena modernização.

Para conferir o evento na íntegra, clique aqui.