Descubra por que a América Latina é um polo ideal para a consolidação da transição energética

Especialistas da PSR, do mercado e da academia abordam os desafios do planejamento da operação e expansão de sistemas elétricos com ampliação de fontes renováveis, no ELAU 2024

A América Latina dispõe de recursos naturais, mecanismos regulatórios e condições de expansão de infraestrutura para enfrentar os desafios inerentes à mudança climática e à transição energética. A constatação é de Mario Veiga, fundador e diretor de Inovação da PSR.

“A América Latina tem condições excepcionais em termos de rede de transmissão planejada centralizadamente e de mecanismos para construir infraestrutura de transmissão. Temos hidrelétricas que funcionam como grandes baterias de água e temos recursos energéticos abundantes”, disse Veiga, durante mesa redonda sobre os desafios do planejamento da operação e expansão de sistemas elétricos com alta penetração de renováveis, que marcou a abertura do Encontro Latino-americano de Usuários da PSR, que ocorre entre 18 e 22 de março, na Cidade do Panamá.

Veiga lembrou que 75% das emissões mundiais de gases do efeito estufa são provocadas pelo setor de energia. E destacou que a indústria de energia elétrica é capaz de contribuir para a descarbonização do próprio setor e da economia como um todo.“O desafio agora é gerenciar a grande variabilidade da geração eólica e solar. Necessitamos de armazenamento e de reserva probabilística dinâmica. Além disso, necessitamos de transmissão. A falta de transmissão pode comprometer o crescimento de eólicas e solares”, completou ele.

Presente à mesa redonda, o diretor-geral do Centro Nacional de Control de Energía (CENACE) do México, Ricardo Mota, disse haver um consenso de que é necessário controlar as emissões, considerando que o sistema mexicano tem uma participação expressiva de gás natural, que responde por cerca de 60% da matriz energética do país. “Estamos reduzindo paulatinamente o consumo de carvão e de outros combustíveis líquidos”.

Mota ressaltou ainda a importância da parceria do CENACE com a PSR, responsável pelo fornecimento de modelos computacionais que auxiliam no planejamento da expansão e operação do sistema elétrico mexicano. “Seguimos trabalhando com a PSR porque todos os resultados que temos alcançado são muito valiosos”.

Na mesma linha, Luiz Barroso, CEO da PSR, acrescentou que os modelos exercem papel importante na operação dos sistemas ao permitir que os operadores possam definir novos produtos de acordo com as necessidades, como o de flexibilidade. “Hoje em dia fala-se muito da flexibilidade operativa. Muitos países, como os Estados Unidos, já estão contratando produtos específicos de flexibilidade” explicou.

Com relação ao planejamento, Barroso acrescentou ainda a importância de que as restrições operativas sejam muito bem representadas nos modelos para que o planejador possa entregar um plano mais adequado para o sistema. E, sobre a mudança climática, ele lembrou que, durante o ELAU, será discutido como representar fenômenos climáticos nos modelos computacionais.

Ainda sobre o tema da mudança climática, Rodrigo Moreno, professor da Universidade de Chile e pesquisador do Imperial College de Londres, que também participou da mesa redonda, destacou a importância da academia nessa discussão e ressaltou que um dos maiores desafios do setor de energia hoje é como capturar de forma adequada as incertezas nos modelos. Ele também pontuou a relevância do tema da resiliência nas redes.

A mesa redonda foi mediada por Raphael Chabar, diretor-executivo da PSR e coordenador técnico e comercial geral para as equipes e áreas de modelos computacionais da PSR aplicados ao setor de energia. Chabar lidera a equipe de especialistas da PSR presente no ELAU.

O ELAU possui cerca de 100 participantes inscritos, de mais de dez países diferentes, com perfis variados, incluindo geradores, órgãos de planejamento e de operação, entre outros.

Saiba mais sobre o encontro e confira a programação completa no site do evento: https://elau2024.psr-inc.com/