Banco Mundial e Ministério do Meio Ambiente lançam estudo feito pela PSR sobre impacto das mudanças climáticas no setor elétrico no horizonte 2030
Na última sexta feira, 14 de julho, ocorreu na sede do Ministério do Meio Ambiente (MMA) em Brasília o lançamento do estudo “Cenário de Baixa Hidrologia para o Setor Elétrico Brasileiro (2016-2030) – Impacto do Clima nas Emissões de Gases de Efeito Estufa”. O trabalho foi desenvolvido pela PSR para o Banco Mundial, no contexto do Partnership for Market Readiness.
O objetivo do estudo foi avaliar os impactos de cenários de hidrologia seca às emissões do setor elétrico brasileiro, haja vista que a matriz elétrica é majoritariamente hidrelétrica e a redução das vazões afluentes às usinas intensifica o uso de usinas térmicas movidas a combustíveis fósseis.
O trabalho utilizou modelos de planejamento da operação do sistema elétrico e métodos estatísticos para a seleção de cenários hidrológicos – ambos bastante consagrados pelo setor elétrico – para guiar os estudos. No horizonte 2030 a variabilidade das emissões acumuladas de gases de efeito estufa (comparação entre a pior e melhor hidrologia) é de duas vezes. Em escala anual a variabilidade é naturalmente maior: quatro vezes.
O trabalho apresentou uma alternativa aos estudos baseados em cenários de mudanças climáticas gerados por modelo de circulação geral que são então regionalizados (processo de downscaling) e traduzidos em termos de variabilidade hidrológica através de modelos chuva-vazão. Estes métodos “climáticos” tendem a apresentar resultados muito críticos, sendo menos aceitos pelos agentes setoriais, que tendem a avalia-los como “implausíveis”.
O relatório foi traduzido ao inglês pelo Banco Mundial após passar por sistema interno de revisão (peer review). O objetivo do banco é disseminar globalmente a abordagem do estudo por acreditar que esta pode ser utilizada por outros países – especialmente os com relevante participação hidrelétrica – para atender os compromissos relativos às contribuições nacionais no âmbito do Acordo de Paris (COP21).
Os especialistas do Banco Mundial Christophe de Gouvello e Thadeu Abicalil coordenaram o estudo. A equipe da PSR responsável pelo estudo incluiu Rafael Kelman (coordenador), Pedro Ávila, Bernardo Bezerra, Ana Carolina Deveza e Tarcisio Castro.
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