PSR desenvolve projeto de análise de portfólios de expansão de geração em parceria com a EPE

PSR desenvolve projeto de análise de portfólios de expansão de geração em parceria com a EPE

header-sitenovo-psr-epe
4 de setembro de 2023

A PSR finalizou em agosto o projeto “Análise de Portfólios de Expansão de Geração de Energia”, em parceria a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e viabilizado através da Cooperação Técnica Brasil-Alemanha, por meio da GIZ (Deutsche Gesellschaft für internationale Zusammenarbeit), agência alemã para cooperação internacional.

Um dos objetivos do projeto foi a entrega de uma ferramenta de análise da eficiência de portfólios de geração de energia sob o ponto de vista “risco versus retorno”. A aplicação consiste em calcular a fronteira de eficiência (conjunto de diferentes planos ótimos de expansão de geração) levando em conta a relação entre o custo total de geração e a volatilidade associada a esse custo, assim como identificar a posição dos resultados do Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE) em relação a fronteira eficiente.

No contexto específico de avaliação de planos de expansão, riscos estão associados a altas inesperadas de custos que podem ser incompatíveis com o custo esperado de investimento/operação. A eliminação total de riscos na elaboração de um plano de expansão pode estar associada a um alto custo de investimento/operação, podendo até torná-lo impraticável. Em contrapartida, a aceitação de algum nível de risco pode implicar em decréscimo considerável no valor esperado do custo de investimento/operação.

Figura 1 – Fronteira eficiente para plano de investimentos

Por exemplo, imagine um sistema em que haja uma demanda de ponta muito alta esporadicamente. A maneira mais barata de atender essa ponta pode ser com uma térmica a diesel, de CAPEX baixo, e OPEX alto, mas pouco acionada. Isto levaria a uma variância grande. Se a variabilidade não for desejada, uma alternativa para mitigar esta volatilidade seria instalar um grande número de usinas de fontes renováveis intermitentes, a um custo de investimento alto, para garantir o atendimento mesmo neste caso a custos baixos, porém, com altos vertimentos de energia renovável em cenários/momentos mais frequentes. Em resumo, observe que para reduzir a volatilidade e riscos associados, é necessário pagar custos mais caros, então cabe ao planejador calibrar seu nível de tolerância a risco e sua disposição a pagar custos maiores para mitigá-lo.

Figura 2 – Trade-off risco versus custo total

Além disso, este projeto também englobou a entrega para a EPE da ferramenta OptDec, um modelo computacional que permite comparar diferentes planos de expansão, com base em atributos definidos em diferentes cenários futuros, sob diferentes critérios de avaliação.

“O ferramental entregue no âmbito deste projeto possibilitará a quantificação do trade-off entre custos totais e riscos associados de diversos portfólios de expansão da geração. E esperamos que auxilie a EPE em suas análises e avaliações futuras, especialmente durante a elaboração dos Planos Decenais de Expansão”, afirma Ricardo Perez, team leader, Optimization and Analytics, na PSR.